Escola de Aldeia Velha
Escola Estadual Municipalizada Vila Silva Jardim



História da Escola de Aldeia Velha
A primeira escola fundada em Aldeia Velha teve como espaço físico a Pousada D'Aldeia, tendo sido criada aproximadamente em 1930. Assim que fechou foram criadas duas outras Escolas, sendo uma Municipal, em 1979, situada na Fazenda Mascate(vulgo Fazenda de Daniel), próximo a Fazenda Shangrilá e outra Estadual – E. E. Vila Silva Jardim, por volta do ano de 1952, situada no mesmo local da Escola atual.
Em 1991 a E. E. Vila Silva Jardim foi municipalizada, passando a se chamar E. E. (M) Vila Silva Jardim. Consta nos arquivos da SEMEC-CT o Termo de Cessão e Convênio datado de 18/01/2006, sendo que esses Termos são renovados periodicamente.
Em 1997, a E. M. Prof. Ulisses de Morais e a E. M. Francisco de Oliveira, localizada em Perobas, ambas pertencentes ao 2º distrito (Aldeia Velha) e, criadas pela Lei 715-06/08/79, que eram escolas multisseriadas, foram paralisadas, sendo seus arquivos levados para a escola pólo, a E. E. (M) Vila Silva Jardim.
No mesmo período a E. M. Antônio de Queiroz, localizada na Fazenda Maratuã, no segundo distrito, criada pela Lei 516-09/08/1991 e a E. M. Mª de Lourdes Moreira da Silva, localizada em Iguape – Aldeia Velha, também criada pela Lei 715-06/08/79, que trabalhavam com turmas multisseriadas, foram paralisadas, sendo seus arquivos encaminhados para a E. E. (M) Aldeia Velha.
Em 1998 E. E. (M) Vila Silva Jardim conquistou a turma de Educação Infantil.
Em 2004 a E. E. (M) Aldeia Velha foi nucleada, vindo os alunos e os arquivos para a E. E. (M.) Vila Silva Jardim, compondo a formação do pólo de Aldeia Velha. Nesse mesmo ano a escola deixou de ser multisseriada e no ano seguinte, conquistou a Educação de Jovens e Adultos saindo de um patamar de 50 alunos para alcançar 180 alunos devidamente matriculados.
Em 2009, através da ação da Associação de Moradores de Aldeia Velha – AMAVE – a escola conquistou junto ao governo municipal o 2º Segmento do Ensino Fundamental.
A Origem do Povoado
Teve sua origem no povoado de Capivari, cujos habitantes pleitearam a elevação do povoado à Categoria de Freguesia, devido à grande distância que os separava da Freguesia da Sacra Família de Ipuca, em Barra de São João (na época pertencente à Cabo Frio). Em consequência, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora da Lapa de Capivari, em 09 de Outubro de 1801.
Com a cultura do café, cana-de-açúcar e de milho, possibilitou uma nova evolução política, com a criação, em Maio de 1841, do Município de Nossa Senhora da Lapa de Capivari, com território desmembrado do Município de Cabo trio.
A Vila de Capivari recebeu foros de cidade, em Janeiro de 1890, no período republicano, assim permanecendo até 31 de Dezembro de 1943 quando o Município passou a se denominar Silva Jardim, em homenagem ao seu filho ilustre, Antônio da Silva Jardim.
Histórias de Aldeia
Aldeia Velha é um antigo aldeamento de indígenas, do século XVIII, chamado Sacra Família de Ipuca. Nela os índios guarulhos eram catequizados por padres, tendo ocupado também outros aldeamentos da região Norte do Estado.
Ipuca seria em Tupi, água podre, ou seja, os alagadiços característicos dessa região. Pestes espalharam os índios pelos sertões de Bananeiras, Toca da Onça, Tenah. Quando os europeus chegaram encontraram ainda alguns moradores e, o nome de Aldeia Velha se consolidou. Existem 3 livros abordando essa história, e cada um conta, à sua maneira, um pedaço da história do lugar.
A maioria dos atuais moradores de Aldeia Velha é descendente das famílias alemãs e suíças, que desceram a Serra dos Órgãos, ou Serra do Mar, em 1820, em proporção reduzida das famílias portuguesas, negras e também dos antigos moradores indígenas que permaneceram das primeiras ocupações. Do entrelaçamento dessas famílias formou-se um lugarejo com costumes diferentes, mais voltados ao estilo europeu, proporcionando uma ambiente todo especial. São os moradores de Aldeia Velha que fazem dela ser o que é.
Os imigrantes que chegaram pela Serra do Mar trouxeram muitos usos e costumes e construíram moinhos, engenhos e fazendas. Dessa época antiga ficaram histórias sobre “A Mãe do Ouro”, assombrações, e, causos como o dia que “Dona Sinhá” foi visitar a irmã “Dona Ináia”, da guerra dos ciganos, do primeiro caminhão que entrou em Aldeia... Daqui saíram povoadores de Barra de São João e Casimiro de Abreu.
O Progresso em Aldeia Velha
1. A Chegada da Energia
A energia chegou a Aldeia Velha aproximadamente no ano de 1974.
A população ficou muito feliz com essa novidade. Cada morador fez um contrato com a companhia de energia elétrica para adquirir energia em suas casas.
A energia foi distribuída através de fios de postes de madeira.
Atualmente alguns postes foram trocados por postes de cimento. Apesar de ter demorado um pouco, a energia chegou também aos sítios.
Em 2007, o sítio Bela Vista foi o primeiro a receber energia elétrica. Hoje, Aldeia Velha é beneficiada com a energia.
2. A chegada da telefonia fixa e móvel
Aldeia Velha teve durante vários um único telefone via rádio no Bar Montanhas da Aldeia (do Cirlei). As pessoas pagavam a ligações por minutos utilizados.
Em 1992 a telefonia fixa chegou a Aldeia Velha, trazendo conforto e acesso rápido das informações, ofertando maior segurança para todo aquele que escolheu residir em Aldeia, seja em questões relativas à saúde ou a problemas referentes a enchentes e barreiras na estrada.
Em 2004 a telefonia móvel chegou a Aldeia através da TIM, que colocou uma torre na localidade, atendendo o desejo dos moradores e turistas que desejavam fazer uso de aparelhos celulares.
3. A chegada da internet
Junto com a telefonia fixa, os moradores tiveram o privilégio de se conectarem também a internet através de moldem da TIM. No entanto, a internet era muito lenta, como alguns diziam “funcionava a manivela”. Logo os moradores ficaram insatisfeitos com a qualidade do serviço.
Através das ações da AMAVE, mas especificamente do diretor de comunicação desta instituição, o senhor Alexandro Marinho, em 2011, chegou a internet via rádio em Aldeia, conectando os moradores aos acontecimentos do mundo com qualidade de acesso.
MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE
A escola já desenvolve temas ligados a Educação Ambiental desde 1999 quando a escola estava sob a direção de Marla R. D. de Morais, deu continuidade após sua saída, pois esta deixou discípulos como a diretora que assumiu em 2005 a senhora Mara Dalila Lemos e a atual diretora que assumiu em 2009, e conta com o apoio do proprietário da RPPN Fazenda Bom Retiro, o senhor Luiz Nelson e com a parceria das ONGs Associação Mico-Leão-Dourado e Escola Mata Atlântica.
Na escola há um grupo de trabalho reunindo-se sistematicamente desde 2008, visando o desenvolvimento de ações de agroecologia com os alunos, a ONG Escola Mata Atlântica. Por conta desse grupo tornou-se fácil a conquista do seu apoio e coube a direção da escola divulgar junto à comunidade escolar a idéia da elaboração e implantação do projeto Agenda 21 escolar.
A SEMEC-CT ofereceu uma capacitação visando à elaboração da Agenda. A professora Vaiga Rodrigues e a diretora Ivane Gouvea Netto por terem uma maior afinidade com o tema deram início aos trabalhos. A professora Vaiga, matriculou-se, mas não concluiu a capacitação. Como o interesse da diretora quanto à elaboração da agenda foi grande, esta se comprometeu em agilizar o processo. As informações para a elaboração e o retorno (após as reuniões com o Grupo Forte), foram realizadas via e-mail, telefone e visitas pedagógicas.
A escola se organizou de forma que conquistaram apoio não somente da Escola Mata Atlântica, como também da comunidade do entorno e dos alunos do 6º e 7º ano de escolaridade do Ensino Fundamental.
A escola realizou um concurso de desenho entre os alunos dessas turmas que resultou na escolha do logotipo feito pelo aluno Mateus Alves Dias. Esse logotipo foi criado a partir da importância que um centenário ipê amarelo tem na comunidade. A maioria dos moradores espera todos os anos para fotografarem essa árvore no período de floração que dura somente quatro dias. É um espetáculo tão maravilhoso que atrai turistas de vários lugares somente para observá-lo e fotografá-lo.
Como meio de divulgação das ações da Agenda 21 da escola esta conta com o apoio da rádio. Esta é uma rádio comunitária que fica situada nos fundos da escola, na sede da Escola Mata Atlântica. A escola também possui um blog, onde as noticias da escola e da agenda 21 são atualizadas e a criação o jornal mural com a participação dos alunos dos anos já apontados. Esse mural ficará quinze dias no pátio da escola e os outros quinze dias na Mercearia do Leco, um dos parceiros da escola.
GRUPO FORTE – ELO 21
O Grupo Forte – GF ou, como na bibliografia consultada Elo 21, foi formado de forma democrática e voluntária.
A escola organizou um evento “Dia da Família na Escola” e aproveitando a presença dos pais e da comunidade, foi feita uma reunião onde falamos da importância da agenda 21, e a necessidade de trabalharmos esse tema com os alunos e a participação da comunidade seria de suma importância. A busca por parcerias. Realizamos então um diagnóstico com as principais necessidades da escola e da comunidade e os presentes decidiram se reunir quinzenalmente para darmos andamento nas ações a serem desenvolvidas no período de 2011 e 2012.
DIAGNÓSTICO SOCIAMBIENTAL
Para chegar a um diagnóstico mais próximo da realidade, a escola promoveu reuniões quinzenais com o GT, às quintas-feiras no período noturno. Essas reuniões mostraram o interesse que todos demonstram em resolver os problemas enfrentados, ou até mesmo tentar minimizá-los. Outra estratégia adotada pela escola foi a realização de entrevista junto a comunidade objetivando o resgate da memória dos fatos pelos quais os moradores passaram, bem como levantar dados referentes a condições econômicas, grau de escolaridade e problemas socioambientais.
De uma forma geral percebeu-se que existem na comunidade poucos analfabetos, sendo que estes são em sua maioria pessoas da terceira idade. O grau de escolaridade é baixo, sendo que o público mais jovem possui ou está cursando o Ensino Médio, ensino este que os alunos, em sua maioria, cursam no município de Casimiro de Abreu, devido à proximidade deste (8 km) com o distrito. O terceiro grau é um privilégio conquistado por poucos, mas a inserção tem caráter ascendente.
Como a escola não foi ampliada no ano em curso, os alunos que irão para o oitavo ano terão que estudar em outra escola. Embora a SEMEC-CT ofereça transporte para que estes cursem na sede do município que dista 34,5 km, seus responsáveis preferem matriculá-los no município vizinho, por conta da proximidade.
O bairro tem pessoas de todas as classes sociais, no entanto um fato chama muito a atenção: não existem miseráveis, nem moradores de rua. A solidariedade é um ponto marcante entre os moradores, que procuram se ajudar mutuamente sempre que se faz necessário.
Todos que escolheram morar em Aldeia Velha moram por gostarem do lugar, por isso buscam tanto por sua melhoria e o apelido “bairrista” ofertado pelos governantes traduzem bem a maneira de agir dos moradores.